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Riscos ambientais no radar das organizações brasileiras

As empresas começam a demonstrar maior preocupação com os impactos causados pelos riscos ambientais. Exemplo disso é que até pouco tempo muitas companhias contratavam somente a apólice de Responsabilidade Civil Geral tradicional, com cláusula de poluição súbita, que apresenta limitações no que tange os diversos cenários de risco ambiental de uma organização. Com a divulgação dos produtos específicos de seguro ambiental, porém, o tema e a demanda por apólices específicas evoluiu. Isso pelo fato da questão socioambiental ter se tornado um ponto importante nas agendas corporativas, pela constante evolução na legislação ambiental e até mesmo por exigências contratuais, impulsionadas pela questão da corresponsabilidade.

A exigência em contratos, financiamentos e concessões também contribui para o crescimento desse mercado, aliada às obrigações regulatórias e à evolução da legislação ambiental brasileira. No segmento de transporte, por exemplo, tem sido comum a exigência, pelos embarcadores, das apólices de seguro ambiental aos transportadores.

Sim, as empresas investem cada vez mais em programas específicos de gestão ambiental, com equipes internas capacitadas e metas ambientais importantes, e o seguro ambiental já tem sido visto como importante ferramenta de gestão. “Quaisquer investimentos nesta área devem ser considerados essenciais para a imagem da empresa, redução de riscos, prevenção de perdas e continuidade dos negócios. O produto ambiental é desenhado e focado para eliminar diversos gaps de cobertura existentes em outras apólices que oferecem alguma cobertura”, afirma Nathália.

Outro fator é o desconhecimento das organizações sobre as ameaças que correm, visto que muitas ainda não dispõem de um profissional com o perfil de gestor de riscos. Um terceiro ponto seria que grande parte das empresas que contratam o seguro de Responsabilidade Civil Geral (RCG) acredita que já está amparada nos casos de poluição. Este seguro, já bastante contratado pelo mercado para diversos riscos, garantiria apenas proteção contra terceiros para os casos de poluição súbita e não cobre prejuízos contra o meio-ambiente, cujos valores chegam facilmente à casa dos milhões de reais.

Contratação obrigatória
A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal aprovou um projeto que obriga a contratação de seguro pelo empreendedor para proteger o meio ambiente e terceiros, caso seja determinado pelo órgão ambiental licenciador. Autor da proposta, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) explica que atualmente a contratação de seguro é opcional e nem todos os empreendedores o fazem, preferindo arcar com eventuais perdas e danos a terceiros em caso de acidentes. Pelo texto, o seguro passa a ser obrigatório para empreendimento ou atividade que necessite de estudo e de relatório de impacto ambiental, ou ainda se for potencialmente poluidor.

Sobre as expectativas do setor caso a contratação do seguro ambiental se torne obrigatória, Luis Nagamine é categórico.

Ele lembra que existem poucas seguradoras atuando hoje com produtos que visam cobrir as instalações do segurado, mas acredita que com o aumento da demanda o mercado responderá rapidamente, como foi na questão de seguro garantia no período de grandes projetos de infraestrutura logo após a crise de 2008/2009 e, nos últimos anos, as demandas para garantias judiciais.

Fonte: www.revistaapolice.com.br