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Incêndios na Austrália: Forças Armadas pedem que moradores deixem suas casas em áreas de risco

Uma ação das Forças Armadas da Austrália abordou nesta quinta-feira (9) moradores de áreas próximas aos incêndios que devastam o país desde setembro. Militares estão indo de porta em porta para pedir aos habitantes de uma ilha no sul do país para que deixem a zona ameaçada pelos incêndios que podem piorar nos próximos dias, devido a uma nova onda de calor.

A temporada de incêndios, especialmente precoce e violenta este ano, já deixou 26 mortos na Austrália, destruiu uma área quase do tamanho do estado de Santa Catarina e destruiu mais de 2.000 casas.

A ação se concentrou na cidade de Parndana, na ilha Kangaroo, sudoeste de Adelaide. Nessa área, o termômetro já atingiu 38ºC.

"As condições são tais, que o risco é importante para os bombeiros que lutam para controlar os incêndios e para qualquer pessoa que esteja no local", disse a agência France Presse, Mark Jones, do Corpo de Bombeiros.

As autoridades do estado vizinho de Victoria também estenderam o estado de catástrofe natural por mais dois dias. As altas temperaturas esperadas para sexta-feira podem alimentar os incêndios.

"Teremos que enfrentar uma situação muito perigosa e muito ativa nas próximas 12, 24 e 36 horas", disse Andrew Crisp, uma autoridade do estado, cuja capital é Melbourne.

O chefe do governo de Victoria, Daniel Andrews, alertou a população para que se prepare para um longo desafio. "Estamos apenas no começo do que será um verão muito, muito duro", disse.

Embora tenha havido uma breve trégua no início da semana, graças a temperaturas mais baixas e a alguma chuva, quase 150 incêndios ainda estão ativos em Victoria e New South Wales, os dois estados mais afetados e também os mais populosos.

"Não vamos nos empolgar com a chuva que tivemos", declarou a ministra da Polícia de Victoria, Lisa Neville. "Esses incêndios continuam a avançar, crescendo em nossa paisagem e apresentam um risco significativo para a nossa população", frisou.

Os bombeiros aproveitaram essas condições mais favoráveis para tomar medidas preventivas, como operações de limpeza e queimadas controladas.

"É preciso apenas uma faísca para o fogo acender, e é isso que nos preocupa para amanhã", disse o bombeiro John Cullen.

O Corpo de Bombeiros anunciou ainda que um helicóptero hidráulico colidiu nesta quinta com uma barragem. O piloto conseguiu escapar em segurança.

Nas áreas devastadas, alguns moradores já iniciaram as operações de limpeza e de reconstrução, que podem durar anos.

New South Wales anunciou que destinará AUS$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 3,3 bilhões) para reparar a infraestrutura nas áreas destruídas. A este valor, somam-se os AUS$ 2 bilhões (cerca de R$ 5,5 bilhões) prometidos pelo governo federal para ajudar as localidades afetadas.

"A destruição atual, tão rápida e em uma área tão ampla, não tem comparação. É um fato monstruoso em termos de área de superfície e também em relação ao número de animais afetados", disse, apontando a mudança climática como uma das causas.

"Às vezes, se diz que a Austrália é como o canário que se colocava na mina de carvão para indicar se havia perigo", acrescentou. "Provavelmente, observamos na Austrália o que resultará das mudanças climáticas em outras regiões do mundo."Em um estudo, o professor Chris Dickman, da Universidade de Sydney, estimou na segunda-feira (6) que 1 bilhão de animais havia morrido, incluindo mamíferos, aves, répteis, insetos e invertebrados.


Fonte: g1.globo.com